Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2021, click aqui
Desde as origens a Quaresma é vivida como o tempo da preparação imediata para o Baptismo, a ser administrado solenemente durante a Vigília pascal.
Toda a Quaresma é um caminho para este grande encontro com Cristo, esta imersão em Cristo e este renovamento da vida.
Nós já somos baptizados, mas o Baptismo com frequência não é muito eficaz na nossa vida quotidiana. Por isso, também para nós a Quaresma é um renovado “catecumenado” no qual vamos de novo ao encontro do nosso Baptismo para o redescobrir e reviver em profundidade, para nos tornarmos de novo realmente cristãos.
Portanto, a Quaresma é uma ocasião para “nos tornarmos de novo” cristãos, mediante um constante processo de mudança interior e de progresso no conhecimento e no amor de Cristo.
A conversão nunca é de uma vez para sempre, mas é um processo, um caminho interior de toda a nossa vida. Este itinerário de conversão evangélica certamente não pode limitar-se a um período particular do ano: é um caminho de cada dia, que deve abraçar toda a existência, todos os dias da nossa vida…
O que é converter-se, na realidade? Converter-se significa procurar Deus, estar com Deus, seguir docilmente os ensinamentos do seu Filho, de Jesus Cristo; converter-se não é um esforço para se auto-realizar a si mesmo, porque o ser humano não é o arquitecto do próprio destino eterno.
Não fomos nós que nos fizemos. Por isso a auto-realização é uma contradição e é também demasiado pouco para nós. Temos um destino mais nobre. Poderíamos dizer que a conversão consiste precisamente em não se considerar “criadores” de si mesmos e assim descobrir a verdade, porque não somos autores de nós próprios.
A conversão consiste em aceitar livremente e com amor de depender em tudo de Deus, o nosso verdadeiro Criador, de depender do amor. Esta não é uma dependência mas liberdade.
Papa Bento XVI, Audiência geral de 21/02/07